terça-feira, 26 de julho de 2011

Outlaws, o faroeste da Lucasarts esquecido pela história

fonte Kotaku




Parte do apelo de Red Dead Redemption (PS3, 360), o destruidor jogo de 2010, devia-se ao fato de ele ser um faroeste – gênero que rendeu obras incríveis no cinema, mas que sempre tinha sido mal aproveitado nos games.

Não que o jogo da Rockstar seja o único do gênero. Já tivemos desde Custer’s Revenge e Sunset Riders até Red Dead Revolver, o predecessor de Redemption. Todos eles memoráveis por um motivo ou outro, enquanto um “primo pobre” continua esquecido por muitas pessoas.

Ele é Outlaws (PC), de 1997, e deveria ser lembrado por vários motivos.



Outlaws era um jogo deslocado no tempo. Foi lançado no final dos anos 90, quando o gênero faroeste não estava nos melhores dias, longe da retomada “western” do começo daquela década com Tombstone e anos antes do renascimento com Deadwood, em 2004. Também era uma fase estranha para a Lucasarts, que continuava a saga dos brilhantes jogos de Star Wars, mas também se aventurava em jogos diferentes como o simulador Afterlife.

E nessa época surgiu Outlaws, o shooter em primeira pessoa feito com a tecnologia de Dark Forces (1995). Ele não era único simplesmente por tratar de faroeste, mas pela maneira como ele encarava esse gênero tão esquecido quanto arriscado.

Apesar de a história seguir o típico roteiro comum em filmes, com uma criança raptada, índios misteriosos e bandidos cruéis, tudo isso era apresentado com um estilo visual que ficava entre o “cel-shading” e a pintura à mão, com um céu tão azul quanto nos jogos da Sega e uma aparência meio distorcida em todos os personagens. As cenas narrativas também tinham um clima único, com belas animações em 2D (ou um 3D com aparência 2D, em alguns casos), na contramão dos modelos 3D mais brutos ou do “full-motion video”, que eram a tendência da época.



A “engine” era bastante limitada, mas os desenvolvedores fizeram o melhor para criar uma ambientação bacana de Velho Oeste, com armas autênticas que combinavam com o estilo do protagonista, o reformado “Marshal James Anderson”.("Onde está você, Marshal?", na versão dublada em português).

Mas o que tornou o jogo inesquecível para muitos (além do excelente modo multiplayer) foi sua trilha sonora. Como a Rockstar mostrou em Red Dead Redemption, grande parte da identificação desse gênero com o público vem da trilha sonora, e Outlaws já sabia disso. Por isso Clint Bajakian, o mestre da Lucasarts que tem no currículo Tie Fighter, Sam & Max e Monkey Island 2, reuniu uma série inesquecível de músicas que soam fantásticas mesmo mais de 10 anos depois.

Infelizmente, apesar de tantos atributos, Outlaws se juntou a Afterlife (sobre o qual falaremos outro dia) na estante dos esquecidos da história, com uma abordagem do faroeste que não foi muito atraente para um público que, quase como hoje, estava mais interessado em guerras futuristas e sangue do que em tiroteio no “sertão”.

A “engine” de Dark Forces, que em 1997 já vinha dando sinais de cansaço, também foi outro fator que não ajudou Outlaws. Para completar, Quake havia saído apenas um ano antes e já tinha gráficos 3D de outro mundo, enquanto o revolucionário Half-Life chegaria logo um ano depois.


Nenhum comentário:

Postar um comentário