A revista eletrônica C&G Monthly teve a chance de assistir a um preview de uma versão pré-alfa de um dos estágios de Silent Hill: Downpour, com o produtor do jogo, Tomm Hulett. Como mostrado pela expressão “pré-alfa”, a versão presenciada pela
equipe da revista é bem anterior a fase de testes, precedendo até mesmo os já populares betas, e possui diversos aspectos distintos do produto final, como vozes diferentes, personagens sem textura e bugs que ocasionalmente podem acabar travando o jogo. Confira abaixo o que eles disseram sobre o jogo.
Em um ônibus, o prisioneiro Murphy Pendleton está a caminho de uma penitenciária, juntamente com outros presos. Devido a um acidente, o veículo perde o
controle e sai da estrada; assim começa a aventura de Murphy. Ainda sem saber por qual o motivo o personagem está preso, vemos Murphy recobrar os sentidos e perceber que está em uma floresta. Após andar um pouco pelo local, ele avista uma enevoada Silent Hill.
Segundo a revista, dessa vez a névoa da cidade parece muito mais real, lembrando um conjunto de partículas em suspensão, ao invés daquela simples cobertura acinzentada utilizada anteriormente para esconder o que vem a seguir. A nova engine parece ter agradado, mantendo os visuais detalhados e acabando com aquele carregamento de texturas que costumava aparecer nos títulos anteriores.
Murphy encontra um barco em um lago (provavelmente nosso velho conhecido Toluca Lake), com um recorte dentro, falando sobre a cidade de Silent Hill. Explorando cada vez mais fundo a floresta, ele chega a um precipício, onde se encontra com a policial já mostrada nas imagens de divulgação. Uma das oficiais que tomava conta do comboio de prisioneiros, ela tenta se aproximar de Pendleton, mas escorrega e fica suspensa no despenhadeiro, pedindo por ajuda. É nesse momento em que Murphy deve tomar uma das diversas decisões que aparecerão durante o
jogo, tendo cada uma delas uma consequência em relação à história e ao final do game. Nesse caso, as escolhas são entre ignorar o pedido de ajuda e deixar a policial cair, ou tentar salvá-la. Apesar de ambas alternativas acabarem com a oficial caindo do precipício, uma vez que Murphy não chega a tempo de segurá-la, o jogo grava a escolha e a usará depois, contra ou a favor do jogador, provavelmente nos levando aos diversos finais pelos quais Silent Hill é famoso.
Após o acontecimento, o prisioneiro chega a uma estação teleférica que, como a maioria dos locais em Silent Hill, parece abandonada, porém com tudo funcionando. Para chegar até o teleférico, Murphy precisa de um ticket, e, segundo um cartaz, poderá encontrá-lo no restaurante Devil’s Pitstop Diner.
Muito sobre o jogo é revelado no caminho para o referido restaurante, tal como a aparição de outro personagem, um carteiro. Para ele, a única coisa estranha ocorrendo com a cidade é o súbito desaparecimento das estradas. O carteiro dá dicas sobre como usar o teleférico e conseguir avançar na exploração de Silent Hill e não responde nenhuma das perguntas de Murphy, desaparecendo assim que o prisioneiro vira as costas para olhar algo que lembra um monstro em uma janela. Conforme prossegue, o prisioneiro encontra um portão fechado com um cadeado enferrujado, o qual ele abre utilizando uma barra de ferro como martelo. Segundo o prewie, nesse momento, Hullet disse que muitos locais no jogo serão acessíveis, diferentemente dos títulos anteriores, onde em um corredor com 10 portas, apenas 4 poderiam ser abertas.
Já no deserto restaurante, Murphy liga as chamas de um fogão, o que resulta e, chamas que se espalham rapidamente pela cozinha. Quando, ao acionar os sprinklers, Murphy consegue apagar o fogo, a cidade se transforma, seguindo o mesmo estilo utilizado pelo primeiro filme e por Silent Hill: Homecoming. O ambiente começa a se “descascar”, revelando o Otherworld (outro mundo) de Silent Hill.
Na versão alternativa do restaurante, para deixar a sala, Murphy deve passar rapidamente por um puzzle envolvendo a rotação de alguns porta-retratos. Logo, ele se vê em um corredor, sendo perseguido por uma névoa negra; sensação essa pela qual os fãs de Silent Hill 3 já passaram quando, no controle de Heather, também foram perseguidos por uma espécie de neblina avermelhada em um corredor estreito. Entretanto, em Downpour, sempre que Murphy se aproxima das curvas do corredor, o mesmo se afasta dele, como em um sádico
truque cinematográfica, esticando-se cada vez mais e mais sempre que ele tenta fazer as curvas.
Depois da perseguição, Murphy chega ao que parece uma sala de aparência industrial, rodeada por cachoeiras que correm por todas as direções, tanto para cima e para baixo, como para os lados. Ele se depara com mais um puzzle, dessa vez envolvendo válvulas que devem ser giradas. Após finalizá-lo, a névoa negra retorna, perseguindo-o mais uma vez através de corredores, até que ele entra por uma porta e retorna ao mundo real, estando agora, porém, no porão do Devil’s Pitstop.
Ao continuar a exploração, Murphy encontra um homem batendo repetidamente em uma mulher. Ao intervir e impedir que o indivíduo continue com a agressão, o homem, em pânico, diz que não entende e é morto pela mulher, que, na verdade, se trata de um monstro, algo como uma velha fantasmagórica que então ataca o prisioneiro. Murphy se defende usando a barra de ferro que ele ainda carrega. A equipe da C&G comenta que eles foram avisados para não se acostumarem a usar armas, já que as armas brancas serão a maioria durante o jogo, a fim de se manter a tensão. Segundo a revista, no momento em que a criatura pulou nas costas de Murphy, Hulett teve que agitar o analógico esquerdo para expulsá-la. Depois disso, Murphy usa um pequeno elevador para retornar ao andar superior e encontra uma pequena cabine. Ele adentra o local e troca sua roupa de presidiário, mas é novamente atacado pela velha. Murphy luta contra a criatura, até que ela cai no chão e deixa de se mover, transformando-se em uma poeira vermelha.
Murphy então descobre um gerador e restaura a energia do local, retornando em seguida para o restaurante, onde resolve mais um puzzle e finalmente encontra o ticket para o teleférico. Enquanto retorna à estação, estrondosos trovões cortam o céu e logo que a chuva começa, diversas criaturas como a anterior aparecem e começam a perseguir o prisioneiro. Em clara desvantagem, Murphy corre de volta para a estação e usa o ticket, a fim de explorar a cidade de Silent Hill mais a fundo.
Ao que parece as habilidades de combate do soldado Alex Shepherd, de Silent Hill: Homecoming, retornaram para serem usadas por Murphy, então há ainda incerteza sobre a forma de combate.
Para a revista, as armas destrutíveis podem desagradar, mas ainda assim se tornar um recurso gerenciável, dependendo da delicadeza delas ou de quantas vezes os jogadores serão obrigados a substituí-las. O Otherworld tem conseguido manter o seu aspecto sujo e mantém uma semelhança com a sua aparência em Homecoming, mas a grande omissão para fãs de longa data é que Akira Yamaoka, o músico de jogos anteriores não estará contribuindo este projeto. Em vez disso, Daniel Licht, o compositor na série de TV Dexter será lidar com direitos musicais.
O preview finaliza dizendo que, definitivamente, é preciso ver mais antes que se possa informar o quão o novo jogo é fiel à franquia, mas o que foi mostrado até agora não foi ruim. Segundo eles, os gráficos parecem bons, a jogabilidade parece estar de acordo com o que esperamos da série, e o estúdio Vatra, em seu trabalho no jogo, parece ter acrescentado o seu próprio senso europeu de bizarrice ao mundo que Murphy explora. O jogo foi marcado como lançamento das “Férias 2011″, assim ainda há um pouco de tempo para que a Konami nos mostre como esse time novo liderá com uma de suas franquias mais queridas.